No
dia em que vim me embora
Da boleia à
estante:a história de um retirante
Minha vida lá no
nordeste era muito sacrificada.Eu trabalhava no roçado e plantava;
milho,feijão e algodão,porém na época da seca havia dificuldades
até de alimentação
Saí de
Pernambuco em 1978,vim para o Rio de Janeiro para trabalhar e
estudar.
Em 1980 entrei para o
colégio Santo Inácio,indo para o setor de serviços gerais
e,paralelamente,
recomecei meus
estudos.Atingi,no curso noturno,o 2° grau,todo esse caminho
percorrido com muito sacrifício.
Mais
tarde,fui promovido para a contabilidade,passando também pelos
setores de Almoxarifado e pela Biblioteca e auxiliar de coordenação.
Pretendo
cursar uma universidade pois na vida ainda quero crescer.
Na minha família havia
muita amizade e união,embora fôssemos pobres,a luta pela
sobrevivência e a terrível exploração constante,todos crescemos
com dignidade.
Os meus
irmãos,com a maioridade também fora para o Rio de Janeiro.
No Rio de Janeiro,fui
morar na Tijuca,mas o medo da cidade grande era enorme.Porém
enfrentei-o e hoje estou aqui.
Minha
família hoje está estabelecida em Minas Gerais e no Rio de
Janeiro.
No Rio de Janeiro a
discriminação pela minha origem,era marcante,fica nervoso e até
constrangido,mas não esmoreci!
Hoje
digo com todas as letras”eu me orgulho de ser nordestino,de ser
pernambucano”.
Pois se vocês não
sabem:
“O
NORDESTINO É ANTES DE TUDO UM FORTE”
José
Benjamim de Andrade